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Dia Nacional da Educação de Pessoas Surdas

Por Letícia Rocha Portela*

Imagem gráfica composta pela colagem de seis fotos com filtro azul. Na parte superior direita, está escrito: Dia Nacional de Educação de Pessoas Surdas - 23 de abril. Na parte inferior esquerda, está escrito: Dia Nacional da Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS) - 24 de abril. No canto superior esquerdo, está o intérprete Rhaul de Lemos Santos, homem negro com cabelos raspados, barba e bigode. Embaixo, o intérprete Jonatas Rodrigues Medeiros, homem branco com cabelos curtos, barba e bigode. Ao lado, está o professor Jefferson Diego de Jesus, homem branco com os cabelos raspados e cavanhaque. Abaixo, à esquerda, está a intérprete Priscila Mara Simões, mulher branca com cabelos lisos na altura do ombro. À esquerda, está a intérprete Siloé Pawe Bispo Adriano, mulher branca com cabelos lisos na altura do ombro. Embaixo, está o intérprete Aldemar Balbino da Costa, homem branco, com cabelos curtos e bigode. Em todas as fotos as pessoas se comunicam através da LIBRAS. Na base de imagem, as logos da UFPR, da SIPAD e do NuCA.

Créditos da Arte: Bia Vieira
Na foto estão:
Rhaul de Lemos Santos, Jonatas Rodrigues Medeiros, Jefferson Diego de Jesus, Priscila Mara Simões, Siloé Pawe Bispo Adriano e Aldemar Balbino da Costa.

No dia 23 de abril é comemorado o Dia Nacional da Educação de Pessoas Surdas, tendo em vista a expansão do ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a efetivação da inclusão. Todavia, essa data também celebra direitos que já foram conquistados e reivindicados pela Comunidade Surda, especialmente, no âmbito educacional.


A primeira escola para pessoas surdas foi fundada por Huet, que trouxe a língua de sinais para o Brasil em 1857, durante o reinado de D. Pedro II. Essa escola foi nomeada Imperial Instituto de Surdos Mudos (nomenclatura inadequada atualmente) e existe até os dias atuais, porém, intitulada como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Apesar de a educação de surdas/os/es ter sido iniciada ainda no século XIX, as mobilizações para a oficialização do ensino de LIBRAS aumentaram na década de 1980, o que só ocorreu em 2002 através da Lei n° 10.436 e que foi regulamentada como lei de LIBRAS em 2005 pelo Decreto n° 5.626.

Em uma conversa com Ronaldy Pavão Heitkoetter* dialogamos sobre sua experiência como estudante surdo em diferentes etapas de sua formação. No Ensino Fundamental, ele conta que haviam duas turmas, uma na qual existia a inclusão com alunas/os/es ouvintes com o auxílio de um intérprete e outra turma no contraturno, na qual as/os alunas/os/es surdas/os/es tinham um reforço do conteúdo ensinado. Já no Ensino Médio, ele estudava apenas em uma turma na qual era o único aluno surdo. Ele conta que a experiência lhe agregou muitos valores, pois tinha o auxílio de um intérprete e ele também conseguiu ensinar LIBRAS aos seus colegas. A partir disso, ele conclui que a melhor alternativa seria a criação de escolas bilíngues, porque proporcionam uma interação maior que a das escolas “inclusivas” e promove uma disseminação maior do conhecimento sobre as questões inerentes ao contexto da Comunidade Surda.

Ao tratar do cenário acadêmico, ele começa falando sobre a dificuldade de ingressar em outros cursos, porque a prova estava em grande parte em português e não possuía a acessibilização através de vídeos. Logo, o fato de o vestibular para Letras LIBRAS ser  mais acessível foi determinante para a escolha do curso. Além disso, Ronaldy relata o quanto é recente a inserção de vídeos nos vestibulares e toma como exemplo o próprio ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), o qual adotou essa prática no ano de 2017, ano em que o tema da redação foi: “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Ademais, ele fala sobre a importância da inserção da disciplina de LIBRAS no currículo das licenciaturas e também ressalta o quanto é essencial a educação bilíngue dentro e fora do cenário acadêmico.

Logo, a experiência relatada e contexto atual nos mostram que já houveram muitas conquistas,  porém que mudanças ainda se fazem necessárias, para que a educação de pessoas surdas seja satisfatória. Ou seja, o 23 de abril vai muito além de uma data comemorativa, trata-se da representação de uma luta por um Brasil onde o ensino de LIBRAS seja obrigatório como o  de português, em todas as etapas, pois somente desta maneira a inclusão será realmente efetiva.


*Letícia Rocha Portela é bolsista do NuCA/SIPAD e estudante de Letras Português/Espanhol na UFPR.

*Ronaldy Pavão Heitkoetter é licenciado em Letras LIBRAS pela UFPR.

Referências:

https://www.sinopsyseditora.com.br/blog/dia-nacional-da-educacao-de-surdos-379

https://youtube.com/channel/UCylOy10xtzPq0lwFlEn_DOQ

https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/enem/edicao-2021-marca-5-anos-da-videoprova-em-libras-no-enem%23:~:text%3DO%2520Exame%2520Nacional%2520do%2520Ensino,Libras)



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